Há quem diga
que não, que a estátua equestre da autoria de Machado de Castro não representa
D. José I mas sim São Jorge de Portugal, Vigilante da Pátria Lusitana. A
estátua está ao centro da Praça do Comércio - assim chamada pelo Marquês de
Pombal e que os republicanos passaram a designar por Terreiro ao Paço. Fundida
em bronze, a figura central da estátua, trajando à romana e empunhando o ceptro real, olha o Tejo do alto da sua soberba
montada: um cavalo também em bronze, cuja pata direita é a esquerda, como se
conta numa adivinha lisboeta.
Pois há quem
diga que não é D. José, como há quem diga que no Rossio está um imperador
mexicano e não D. Pedro IV. Há quem tenha e defenda uma leitura esotérica de
toda a arquitetura da Baixa de Lisboa. Mas, para efeitos práticos, a estátua da
Praça do Comércio desde 6 de Junho de 1775 é de José Francisco António Inácio
Norberto Agostinho de Bragança, quinto rei da quarta dinastia com o nome de D.
José I, o Reformador. O que nem sempre figurou na estátua foi o medalhão com a
efígie do Marquês de Pombal, retirado do seu lugar por Dona Maria I e reposto
por Dina Maria II.
O que está
fora de discussão é que a estátua é belíssima. E muito mais bela agora que a
sua beleza emerge de um vastíssimo terreiro para uso dos cidadãos. Foi a
primeira estátua fundida em bronze em Portugal, no Arsenal do Exército. Mede cerca
de sete metros, pesa cerca de 30 mil quilos e assenta sobre um pedestal de
pedra lioz de Pero Pinheiro, entre figurações simbólicas do Triunfo e da Fama.
Texto de João
Francisco. Fotos de Francisco João / Direitos reservados.
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