O Ritz, Sempre em Festa |
Para comer fora de horas a escolha não era muita. Havia o Napoleão, na Infante Santo, a Alga, na Conde de Sabugosa, a cantina do mercado das Avenida das Forças Armadas, um ou outro restaurante do Parque, onde morava o Mário Alberto.
Não muito
longe da Ritz ficava o Maxime, guardado à
porta pela figura imponente do Jaimery,
o Feroz Jaimery ou simplesmente o Jaime, campeão de luta livre americana, adversário implacável de Tarzan Taborda, Carlos Rocha, do espanhol Saludes. E o Maxime chegou a ser um cabaret à séria, com atrações nacionais e
internacionais, corpos de baile e striptease. A memória viva que chegou aos
nossos dias já era de um cabaret rasca, uma casa de alterne, com meninas a
beberam ginger ale a fingir que era
champanhe pago à taça e à ficha por parolos endireinhados.
As ruínas do Dominó, no Parque Mayer |
Mais abaixo,
já às portas do Parque, era a Cova do
Galo. Balcão no rés-do-chão, para comes e bebes tardios, e copos e dança na
cave com a música do Eugénio Pepe. Poucos saberão que o Eugénio Pepe que tocava
até de manhã na Cova do Galo foi o
compositor da canção “Vamos dormir”,
com que a RTP mandava os meninos para a cama. Passado o portão do Parque havia o Cantinho dos Artistas e o Dominó, onde cantou o Fausto nos anos 74/75.
A Lontra continua |
O restaurante era no primeiro andar.
A Lontra, na Rua de S. Bento, era e é mais
dança e muitos copos. Foi a primeira discoteca africana a atrair outras clientelas,
intelectuais e boémios, num local que não era propriamente para conversar. Aqui encontrava por vezes o Eduardo Guerra Carneiro.
O Jamaica tem a vizinhança do ´Tokyo |
E para beber
ao som da música o melhor era o Jamaica,
no Cais de Sodré. Fundado no início da década de 70, o Jamaica dava para passar a noite até às
seis da manhã pelo consumo mínimo de três imperiais: 7 mil e 500. Grande música
e o responsável era o Mário Dias: Eric Clapton e Zeca Afonso, Bob Marley e
Xutos, Steppenwolf e Fausto, Nina Haggen e Rui Veloso. E na despedida da noite
o Mário punha a rodar The Band, The Last Waltz.
E depois?
Depois havia sempre e pelo menos o Cacau da Ribeira.
Texto e fotos
Beco das Barrelas / Direitos reservados
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