Há quem diga que o fado nasceu em Alfama. Talvez seja liberdade poética, porque Alfama inspira a poesia. E o poeta Mário Raínho, no poema Origem, conta que foi em Alfama e na Moirama que cresceu o menino, "clandestino" nas "naus dos torna-viagem", que à entrada da barra "soltou a voz e, ao som da guitarra, chorou como quem canta".
Era o fado. E se "Alfama não cheira a fado", verdade é que "não tem outra canção". É o que diz o poema
de Ary dos Santos ao qual Amália emprestou a voz.
Não há fado que não diga coisas do vosso passado", escreveu Max e muitas vozes o cantam. Seja como for, há muito quem queira lá morar, "para viver junto do fado". Teve má-fama, "Alfama mal-afamada"? Bem avisou um mote do poeta Francisco Radamanto: "A fama às vezes difama gente boa, gente honrada". Liberta de preconceitos, Alfama subiu à mais alta água-furtada nas asas da poesia de David Mourão-Ferreira: "E a sua colcha amarela a brilhar sobre Lisboa, é como estátua de proa que anuncia a caravela".
Voltaram ao Cruzeiro de Santo Estevão os "fadistas de fama que sabem cantar o fado".
E no ar fica, na música eterna do Fado Vitória, a voz do maior de todos eles: Fernando Maurício.
E no ar fica, na música eterna do Fado Vitória, a voz do maior de todos eles: Fernando Maurício.
Não há que ter medo das palavras. Fernando Maurício é O REI. Mais nada.
ResponderEliminarJá o adicionei à minha lista de sugestões.
ResponderEliminarJoão B.