sexta-feira, dezembro 19, 2014

Ó Isabel, olha o relógio !

Houve um tempo, em Portugal, em que a frase feita mais popular era "Ó Isabel, olha o relógio", tirada de um filme publicitário. Mas uma sondagem veio revelar que mais de 90 por cento dos consumidores não fixavam a marca do relógio da Isabel. Do que toda a gente se lembrava era do enredo do anúncio. A jovem levantava-se da toalha de praia e corria para o mar. A amiga avisava-a: “Ó Isabel, olha o relógio”. E a rapariga respondia: “Não faz mal. É um Certina à prova de água”.


A seguir veio a anedota. Em Fevereiro de 1957, com a rainha Isabel II de Inglaterra prestes a visitar Portugal, perguntava-se: “Sabes o que é que o Presidente Craveiro Lopes vai dizer à rainha, quando passarem pelo Arco da Rua Augusta?”. A resposta certa era: “Ó Isabel, olha o relógio”.
A anedota pressupunha que o relógio fosse visível a quem passasse sob o Arco vindo da Praça do Comércio para a Rua Augusta. Não é assim. O relógio está instalado do lado do Arco que dá para a Rua Augusta.
A Praça do Comércio tem agora em exposição a sua própria história. E lá está o desembarque e Isabel II, com Filipe de Edimburgo a ver as vistas e o casal Craveiro Lopes a fazer as honras da casa. No momento seguinte do programa da visita, segundo a anedota, o coche real passaria sob o Arco da Rua Augusta e o chefe de Estado português faria a interpelação. 

O relógio e a maquinaria do relógio do Arco da Rua Augusta são dignos de se ver. O Arco do Triunfo da Rua Augusta está aberto ao público e para além da vista panorâmica única sobre a cidade permite visitar o salão de abóbadas que alberga a maquinaria do relógio. Não é a original, inaugurada em 1875 mas a que foi instalada em 1941. Quando o Arco foi inaugurado, no século XIX, só podia ser visitado em ocasiões especiais. 
Desde Agosto de 2013, o Arco está aberto diariamente, das 9 às  19horas. 
Entrada pela Rua Augusta. O bilhete custa 2,5 euros. 
Foto do desembarque da rainha, do DN em exposição patente na Praça do Comércio.
Fotos do Arco Francisco João; Texto João Francisco / Beco das Barrelas

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