Rua do Arsenal |
David Lopes
Ramos
O saudoso
David Lopes Ramos, grande mestre na arte de escrever bem sobre comer melhor,
deixou escrito um guia prático para escolher o bacalhau para a consoada. E isto
partindo do princípio que o bacalhau é aquela iguaria que os portugueses comem
e de todas as maneiras: «cru, frito, cozido, assado nas brasas ou no forno». O
texto saiu a seu tempo no jornal Público, onde David Lopes Ramos exerceu mais
tempo a sua nobre arte de nos ensinar a comer melhor.
Primeira
regra: para a consoada, o bacalhau tem que ser «salgado e seco. O fresco que o
comam outros». Bem seco. «Quanto mais desidratado, melhor é o bacalhau, o qual
não deverá exceder os 30 por cento de humidade - embora as normas comunitárias
europeias admitam teores de humidades mais elevados».
Rua D. Antão de Almada, à Praça da Figueira |
A forma do
corte da cabeça do bacalhau dá a conhecer se o peixe foi amanhado, limpo e
salgado mal foi pescado.
Teremos então, como nos ensina David Lopes Ramos, «o
tradicional corte em três bicos na sua parte mais larga», por onde entrou a
faca. Se o bacalhau foi congelado de imediato nos navios-fábrica teremos o «corte a direito», por onde passou a serra». A primeira hipótese é a que
David Lopes Ramos nos ensina a escolher.
«Também é essencial que o seu cheiro característico (o do bacalhau) seja
limpo e não desagradável. Última recomendação: que o bacalhau, pegando-lhe o comprador
«pelo lado do lombo», lhe teste a horizontalidade: «Não é necessário que fique,
como diz o outro, "firme e hirto". Admite-se que vergue ligeiramente,
ficando, no entanto, quase direito. Este é outro sinal iniludível que estamos
perante um bacalhau
bem curado e bem seco».
Texto e fotos Becos das Barrelas
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