Nova imagem, agora com reclamo à porta |
As burras são as bochechas do porco e vinham
assadas no forno, acompanhadas de batatinhas igualmente assadas e de arroz igualmente
do forno. Uma delícia que se desfazia na boca, com um sabor retificado pelos
temperos e pela assadura. Naquele dia, poderia ter optado pela dourada grelhada
ou pelo polvo à lagareiro, pelos secretos ou, se me sentisse com embocadura
para tanto, pela mão de vaca com grão. Mas não me arrependi de ter escolhido as
burras.
O Zé dos Cornos, ou Zé Carvoeiro como
se lê para lá do balcão, é uma tasca de Lisboa, com tudo o que isso tem de mau
- acanhada, barulhenta - e de bom - excelente comida a bom preço e ambiente informal. Está
aberta todos os dias, exceto domingos, para almoço e jantar (embora feche
cedo). E tem uma mais-valia altamente considerável: os patrões são de Ponte de
Lima, referência na arte de bem comer em Portugal.
Falta referir a origem do nome da tasca: Zé dos Cornos. Quanto José Ferreira tomou a pequena casa do Beco dos Surradores - carvoaria e vinhos - decorou-a simplesmente com a cabeça de um boi. Sem nome próprio, a taberna ficou a ser conhecida nas redondezas por A dos Cornos, enquanto outros lhe chamavam A do Zé. Até que o o dono da casa juntou ambas as designações. Ficou Zé dos Cornos e é assim que é conhecida nas imediações e até na China.
Recentemente passou a ter reclamo com cornos à porta.
Recentemente passou a ter reclamo com cornos à porta.
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Beco das Barrelas / Direitos reservados
Boa disposiçao, saudades de Lisboa e apetite aberto. Foi como eu fiquei após ler mais este post.
ResponderEliminarJá me abriste o apetite... :)
ResponderEliminarBurras, conheço bem as da Adega do Isaías, em Estremoz, acompanhadas de uma migas de espargos verdes do campo. Um requinte, para os paladares mais exigentes. Ah, e sem esquecer o o tinto da casa, servido num jarro de barro, de Estremoz, claro :)
O Isaías não sei se é conhecido na China, mas lá que merecia, merecia !
Luís M Vasconcelos
Para além da batatinha e do arrozinho fariam falta uns grelos. Marchava já.
ResponderEliminardo que te foste lembrar... adoro burras!... já marchava
ResponderEliminarPara mim o Zé do Borratém, onde nos finais dos anos 70 princípio de oitenta se bebia, para nós minhotos, vinho morango. Aquilo era uma tigelada de saudades da fresca latada e do cheiro da uva, mas também um outro pequeno manifesto, que não o da circulação de vinho, mas sim à ida recente da proibição salazarenta de comercialização do mesmo.
ResponderEliminarJAC