Portas de
Alfofa, do Condestável, de Ferro, de Santa Catarina, de Santo André, de Santo
Antão, Portas de S. Vicente, da Mouraria, Porta de Alfama, Porta do Mar Antiga,
Portas da Rua do Regedor…
Estas eram as
portas da cidade em dois tempos históricos bem distintos: antes da conquista de
Lisboa, eram as portas visigóticas e as da Cerca Moura, que defendiam a cidade
muçulmana, depois da conquista e mais propriamente depois do reinado de D.
Fernando, eram portas da Muralha Fernandina que protegiam a cidade medieval.
Cerca Velha, Cerca Nova.
A Cerca Moura reforça o acesso a Alfama, a partir da Porta do Sol, ao longo da rua Norberto Araújo |
Muitos séculos
separam as duas muralhas. A Cerca Moura ou Cerca Velha foi concluída no século
VIII e reconstruída várias vezes, deixando acessos pelas portas do Sol, de
Alfama, do Mar Antiga, de Ferro e a Porta da Alfofa. A Muralha Fernandina foi
mandada construir por D. Fernando e dada como concluída em 1373, abrangendo uma
área de 101 hectares, seis vezes a área defendida pela Cerca Velha.
Troço da Muralha Fernandina que chegava às portas de Santa Catarina e que ficou absorvido pelo Espaço Chiado |
A Muralha
começava no Castelo de S. Jorge, descia à Mouraria, transpunha a calçada de
Sant’Ana, atravessava o vale onde é hoje a Avenida da Liberdade, subia a colina
fronteira até ao que é hoje o Carmo e São Roque, atravessava a baixa e
ligava-se à Cerca Moura na atual Praça do Comércio, subindo depois a S. Vicente
e descendo de novo até ao que é hoje o Museu Militar e Santa Apolónia.
Ao longo do itinerário
muralhado, ficavam acessos nas Portas da Mouraria, de Santo André, de Santo
Antão, Portas da Rua do Regedor, de Santa Catarina, de S. Vicente e descia até
junto ao que é hoje o Museu de Artilharia, em Santa Apolónia.
Sobreviveram
ao terramoto de 1755 e ainda existem lanços das cercas e muralhas, tal como
ficaram na toponímia muitos dos nomes das portas. É assim Lisboa, com a
história gravada na pedra da cidade.
Texto e fotos
Beco das Barrelas. Direitos reservados.
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