Contava-se em Cascais, noutros tempos, que um cliente do Palm Beach, surpreendido pelo preço do jantar, escreveu no verso da conta: "Vim jantar ao Palm Beach // E tenho estado a pensar // Se Palm vem de palmeira // Ou vem do verbo palmar". No restaurante A Palmeira, em Lisboa, a surpresa da conta é a favor do cliente. Adiante.
A lista para o
almoço era de respeito. As carnes abriam as hostilidades com um cozido à
portuguesa. Os peixes respondiam de caras: caras de bacalhau cozidas com grão.
O bacalhau é o pão nosso de cada dia na ementa do restaurante A Palmeira: 2ª à
lagareiro, 3ª pataniscas, 4ª caras, 5ª à Braz, à 6ª cozido com todos. Do lado
das carnes, os cabeças de lista, de 2ª a 6ª, são favas, dobrada, cozido à
portuguesa, feijoada e mão-de-vaca com grão. Tudo comidinha de sustento, bem
portuguesa, bem confecionada e servida, a preços muito favoráveis. Fundada em
1954, A Palmeira fez um nome e conquistou um lugar. Ali, toda a gente sabe que
se trata de honesta e boa cozinha portuguesa.
Mas grande
atração na lista de A Palmeira é o serviço da tarde. Petiscos: bacalhau, cru os
assado, carapaus de escabeche, moelas, túbaros, cabeça de porco, linguiça, morcela e chouriço assados,
bolinhos, pastéis e rissóis, sem rasto de gordura, sanduiches de quase tudo. Sobremesas caseiras. Para beber, cerveja à
pressão e vinhos, brancos e tintos, a copo em direto da pipa ou engarrafados.
Situado nos
números 69 a 73 da Rua do Crucifixo, A Palmeira dispõe de duas salas e de um
longo balcão com bancos altos. O ambiente é informal, o atendimento simpático e
eficiente, e os camones estão a
descobrir o caminho para a boa comida cozinhada, a preços pelos quais nas
terras respetivas pagam uma sanduiche desenxabida, dentro de um pãozinho sem
sal e sem alma, acompanhada por uma bebida deslavada.
Fotos do blogue
Beco das Barrelas / Direitos reservados
Restauração no Beco
das Barrelas
Honra seja feita. O Palmeiras não engana ninguem
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