Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
José Carlos Ary dos Santos
Natal é quando
um homem quiser, dizia o poeta. Mas quando se entra em Dezembro, o Natal ocupa
a cidade e enche os olhos e as almas das pessoas, mesmo que o Papa venha dizer
que Jesus Cristo, afinal, não nasceu em 25 de Dezembro. O Natal está nas
montras e nos passeios, nos pequenos gestos de dar e receber, está na esperança
de quem vende como na de quem compra, está em alguma cordialidade e amabilidade
que se recupera. Ainda há quem sinta o que diz quando deseja Boas Festas.
Mas este ano
milhões de portugueses vão ter um Natal sofrido, magoado. Este ano o Natal não
vai chegar para fazer sorrir todas as crianças dos círculos familiares e de
amigos, para aquecer o espírito de família e o sentimento da amizade.
Este ano
o gosto de dar é mais tímido, o gosto de receber mais contido e o gosto de
partilhar é mais mitigado. Não estou a falar de consumismo nem da ostentação
dos novos-ricos. Os que compram por comprar e para dar nas vistas têm culpas no
cartório desta crise. Não foram as pessoas simples que dão pelo prazer de dar alegria
aos outros que se endividaram e endividaram a banca e o País. Mas são os simples
que estão a pagar a crise.
E de que
maneira.
Este vai ser
um Natal diferente.
E bem podia o Pai Natal lembrar-se dos portugueses e pôr-lhes nos sapatinhos trabalho, salários justos, saúde e educação tendencialmente gratuitas, esperança e futuro.
E bem podia o Pai Natal lembrar-se dos portugueses e pôr-lhes nos sapatinhos trabalho, salários justos, saúde e educação tendencialmente gratuitas, esperança e futuro.
Texto e fotos
Beco das Barrelas / Direitos reservados.
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