quinta-feira, dezembro 06, 2012

A Traquitana do Fado


Todos a conhecem ou todos a observam quando descem a Rua do Carmo. Talvez nunca ninguém a tenha visto a rodar, embora tenha rodas, volante, caixa para o motor, carroceria. E também tem instalação sonora, que espalha sons dolentes de fado a quem passa na Rua do Carmo. Por mim, confesso: quantas e quantas vezes parei perto de montras que não me diziam nada, só para ficar a ouvir até ao fim um conhecido fado de Amália, uma antiga gravação de Lucília, um remake de Beatriz da Conceição, o novo disco de Ana Moura. Que querem? A “culpa” fica com a minha mãezinha que me embalou a cantar fados daqueles tempos, como esse, lindíssimo, que aqui há dias recordei num texto a propósito da solidão, Fria Claridade, poema de Pedro Homem de Mello.

A carrinha do Fado - viatura vintage da marca Fleur de Lys, com a matrícula OE-50-80 - vende discos mas, acima de tudo, divulga ao fado entre quem passa numa das mais movimentadas ruas pedonais de Lisboa. E a sua função completa-se, um pouco mais abaixo, na Rua Áurea, com a Discoteca Amália.

A casa foi fundada em 1991 e constitui um verdadeiro relicário do fado. Ali se encontram as últimas novidades como os mais antigos sucessos, novos fadistas, como novos velhos fadistas que muita gente não sabe o que perdeu nunca os tendo ouvido cantar. Novidades e raridades numa loja da Baixa, com o Fado em alta.
 
Texto e fotos de Beco das Barrelas / Direitos reservados. 


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Alfama, o fado e os poetas

E que tal um fado? Vamos a isso:
Amália com o saxofonista Don Byas // Povo que lavas no rio // Poema de Pedro Homem de Mello, // fado Vitória, de Joaquim Campos // Guitarras José Fontes Rocha e Carlos Gonçalves,  viola Pedro Leal, viola-baixo Joel Pina.

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