A estátua de
Eça de Queiroz, no largo Barão de Quintela, está bem ao centro do cenário da ficção
do escritor. No largo passa a Rua das Flores, onde Eça situou a Tragédia do “incesto
involuntário” de Joaquina da Ega - amante do seu próprio filho. Em Os Maias são
frequentes as referências ao Grémio Literário, situado na Rua Ivens, transversal
da rua Garrett. Mais abaixo, no Corpo Santo, hospeda-se o primo Basílio no
luxuoso Hotel Central. Houve mesmo quem confundisse a residencial Bragança, ao
fundo da Rua do Alecrim, com o Hotel Braganza, na Vítor Cordon, antiga rua do
Ferragial, onde Carlos da Maia se reuniu com amigos, no regresso de uma viagem
pela Europa, para matar saudades de um “jantarinho à portuguesa" com
"cozido, arroz de forno, grão-de-bico”. E foi ali que o escritor se reuniu
diversas vezes ao jantar com os demais
Vencidos da Vida.
Eça está em boa
companhia, próximo da estátua de Camões e do berço de Pessoa, vizinho do poeta
Chiado e de Garrett. O autor de Viagens na Minha Terra vivia na rua do
Alecrim, à esquina com o largo do Quintela, quando ouviu o relógio batendo em
São Paulo a hora certa para a largada, rio acima, a caminho do Vale de Santarém.
A estátua
representa Eça de Queiroz cobrindo a “nudez forte da verdade” com “o manto
diáfano da fantasia”. Mas hoje, na verdade, o que cobre a escultura de Teixeira
Lopes é o azotato de ácido nítrico de pombo.
Texto de João
Francisco. Fotos de Francisco João (direitos reservados).
Um nojo, recorrente em toda a cidade!
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