Os pombos levaram muito a sério e à letra a designação de Lisboa como cidade pombalina. No início do século XXI estavam recenseados em Lisboa dois habitantes por cada pombo. Mas isso foi antes da população dos pombos se ter reproduzido de forma descontrolada. E hoje, as simbólicas aves constituem uma praga que propaga doenças e parasitas, degradam o património monumental e por vezes – suprema humilhação – defecam acidez na cabeça ou nos ombros de indefesos lisboetas.
Mas os pombos dividem. Também há quem os considere ternos, arrulhando quase permanentemente de amor. E quem jamais esqueça que um pintor famoso registou a pomba – branca e feminina -, para sempre, como símbolo universal da paz.
E enquanto em Lisboa se confrontam ideias sobre o presente e o futuro das columbiformes, os próprios pombos, como se não fosse nada com eles, soltam arrulhos.
Texto de João Francisco. Foto de Francisco João (direitos reservados).
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