O Maxime na fase mais decadente da decadência |
O Maxime vai
mudar de sítio e de nome. E para o sítio do extinto Maxime, na esquina da Praça
da Alegria, nº 58, vai mais um hotel.
O sítio para o
novo Maxime já existe e já foi apresentado por Manuel João Vieira no Diário de
Notícias e será num armazém ribeirinho do Cais de Sodré já em obras. Segundo a
apresentação de Manuel João Vieira, os nomes para o novo Maxine estão numa
lista de opções que incluem: Maxime sur Mer, Titanic, Minime, Maximus Circus,
Texas Sodré. Pode ser um destes nomes ou outro nome qualquer, a votação está a
decorrer no Facebook. Mas, Simplesmente Maxime é hipótese excluída.
Porque Maxime
continuará a existir como nome de algo que continuará a funcionar na esquina da
Praça da Alegria, possivelmente como parte, ou todo, Real Maxime é hipótese para
o tal hotel.
Maxime veio de
Maxim’s, o cabaré que existia no Palácio Foz – e não no lugar “onde é atualmente
o Palácio Foz”, como alguém escreveu, insinuando que antes do palácio já existia
o cabaré. O Maxim’s existia e está ainda hoje em muitas das histórias do Repórter
X, a par do Ritz, que também funcionou no Palácio Foz – que foi uma animação pegada
antes de enveredar pela SNIlidade. Também existia o Bristol, na Rua Eugénio dos
Santos e nas histórias de Reinaldo Ferreira – não o poeta mas o pai, o jornalista,
Repórter X.
Itinerário da boémia lisboeta nos anos 20:
Juca, o motorista de táxi de serviço às novelas do Repórter X, conhecia os itinerários.
Club dos Restauradores
ou Maxim’s,
Restauradores, 43
Petit Foz Ritz Club, Restauradores, 27
Bristol Club, Rua Jardim do Regedor, 7
Clube dos Patos, Largo do Picadeiro, 10
Monumental Club, Rua Eugénio dos Santos, 58
Palace Club, Rua Eugénio dos Santos, 89-91
Club Mayer, Rua do Salitre, 1
Alster Pavillion, Rua do Ferregial, 38-40
Regaleira Club, Largo de S. Domingos, 14-15
Club Montanha, Rua da Glória, 57
Salão Alhambra, Parque Mayer
Juca, o motorista de táxi de serviço às novelas do Repórter X, conhecia os itinerários.
Havia uma espécie de região demarcada da boémia, centrada na Avenida da Liberdade e Restauradores, e que seguia pela Rua Barros Queiroz – e não Rua Tomé de Barros Queirós, como alguém escreveu. Um ministro da I República, Tomé de Barros Queirós, deu nome à artéria, mas a toponímia omite o nome próprio Tomé; o nome completo era também o do cantor e empresário marido da cantora Mimi Gaspar.
O Olympia, da Rua dos Condes, não era o cinema Olimpia mas o bar Olympia, aliás associados; o Clube Mayer, na Avenida da Liberdade, onde é agora o Consulado de Espanha, não era o Parque Mayer; O Clube Montanha na Rua da Glória nâo era um clube de montanhismo; e havia o Clube Internacional na Rua 1º de Dezembro; o Clube das Avenidas, na Avenida da República, esquina com a Elias Garcia; o Clube Moderno, na Almirante Reis.
Michael Imperioli no cartaz do Maxime |
Lisboa, nos frenéticos anos loucos, era uma liga de clubes. O Maxime da Praça da Alegria tinha à porta Jaimery, um gentleman praticante da luta livre adaptado a funções de segurança.
Está previsto que
o sucedâneo do Maxime, agora sur Tejo, abra lá para Abril ou Maio.
Sem comentários:
Enviar um comentário