Trazias Índias e
naufrágios. Fado e Madragoa.
E o cheiro a sul que
só Lisboa tem.
Trazias de Lisboa a
velha nau
que nos fez e desfez
(em Lisboa por fazer).
Trazias a saudade e
o escravo Jau
pedindo por Camões
(em Lisboa a morrer).
Trazias de Lisboa a
nossa vida
parada no Rossio:
nau partida
em Lisboa a partir
(Ó glória vã
não mais não mais
que uma bandeira rota).
Trazias de Lisboa
uma gaivota.
E era manhã.
Manuel Alegre, Obra
Poética.
Publicações Dom Quixote, 1999
Fotos Beco das Barrelas
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