A movida de Lisboa, como o próprio nome indica, move-se. Houve uma época em que se centrou no Bairro Alto, ao mesmo
tempo que disparava ao longo da 24 de Julho desde a Ribeira até Alcântara. Depois,
começou a descer pela Bica, acabando por ligar Bairro Alto e Cais do Sodré.
Ao mesmo tempo expandiu-se para Santos.
Ao mesmo tempo expandiu-se para Santos.
E hoje a movida noturna de Lisboa ocupa o Bairro Alto, de onde irradia
para o Príncipe Real e para o Rato, instalou-se na Bica e retomou a tradição
boémia do Cais do Sodré, alastrou até Santos, onde estabelece ramais para o
Rato pela Avenida D. Carlos e por São Bento, ocupando o interior em direção ao
Bairro Alto. Já chegou a Alcântara. E para Oriente instalou-se no Parque das
Nações.
No miolo da cidade, a movida já tem marcação no Arco do Cego.
Ao mesmo tempo vai tomando lugar de forma crescente e tentacular em
Alfama, ao longo da Rua dos Remédios. E a Mouraria começa a baixar a
resistência.
É uma cidade dentro da cidade ou, mais propriamente, uma mancha que alastra no mapa da cidade como uma maré de óleo, e nem se sabe de onde vem tanta e tão
disponível gente – em tempo e dinheiro - para fazer mover a movida.
O problema é que a expansão imperial da movida há muito que ultrapassou
qualquer região demarcada e já bate à porta de casa dos residentes.
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