A Mouraria tem
a Rua do Capelão como símbolo e matriz do Fado, e uma guitarra como signo à
entrada do bairro. E a Maria Severa como simbólica e mítica residente. Mas não
só.
Na Mouraria nasceram
Argentina Santos, hoje com 89 anos, e Fernando Maurício, já falecido, e a quem
chamavam “O Rei”. Argentina estabeleceu-se em Alfama, na sua Parreirinha, e
Maurício ficou muito ligado ao fado “Na Igreja de Santo Estevão” (letra Gabriel
de Oliveira, música Joaquim Campos, Fado Vitória), uma das duas freguesias de
Alfama, embora seja injusto amarrar a memória de tão grande fadista ao lastro
de um único fado.
O despique
mantém-se de há longos anos: Mouraria e Alfama disputam entre si a origem do Fado,
tal como disputam o título de mais antigo bairro de Lisboa.
E a Mouraria
tem agora, ao longo das ruas do bairro e como seu tributo, uma verdadeira
galeria de “retratos do Fado”. E lá estão A Rainha e O Rei, Amália Rodrigues e
Fernando Maurício, de braço dado à frente de uma marcha popular; e Fernando
Maurício, a solo num esboço em memória do artista: “O Fado era o seu bairro e a
Mouraria a sua casa”; lá está um esboçada, de costas, a figura mítica da Severa,
pintada digitalmente sobre esboço de grafite por João Pedro Pinto; e lá estão muitos mais que
se descobrem ao virar de cada esquina.
Faz bem a
Mouraria em recuperar o bairro
associando-o à sua memória.
Texto e fotos
Beco das Barrelas / D.R.
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