Dançando na
chuva // E cantando essa loa // Na Cidade Alta // Da velha Lisboa // Lembrei o
poeta // Fernando Pessoa // A chuva chovia // Mas eu tava à toa // A chuva
chovia // Mas eu tava à toa // Que a chuva chovesse // Ou virasse garoa //
Dançando na chuva // E cantando essa loa.
Alceu Valença,
“Loa de Lisboa”
Verão à vista,
Festas da Cidade na ordem dos dias, em Junho, e de súbito no calendário chove este sábado de
chuva miudinha, de qualquer modo a desautorizar o ditado que diz “não há sábado
sem sol”. Mais difícil, pelos vistos, será não haver domingo sem missa nem
segunda sem preguiça”.
O tempo anda
desgovernado, tantas e tais lhe fizeram. Não haverá nunca mais quatro estações
do ano, a não ser nos andamentos de Antonio Vivaldi: o Allegro Pastorale da Primavera, o Presto do Verão, o Adagio molto do Outono, o Largo do Inverno.
“Fernando Pessoa está sentado à chuva na esplanada
da Brasileira. Dentro do café está o Almada. Ou esteve”. Pessoa, que “decilitrou em balcões de muita Lisboa,
continua na esplanada à chuva e para mais sem copo”.
José Cardoso Pires, “Diário de bordo”
Fotos Beco das Barrelas / D.R.
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