sábado, junho 08, 2013

Sábado sem sol


Dançando na chuva // E cantando essa loa // Na Cidade Alta // Da velha Lisboa // Lembrei o poeta // Fernando Pessoa // A chuva chovia // Mas eu tava à toa // A chuva chovia // Mas eu tava à toa // Que a chuva chovesse // Ou virasse garoa // Dançando na chuva // E cantando essa loa.
Alceu Valença, “Loa de Lisboa”

Verão à vista, Festas da Cidade na ordem dos dias, em Junho, e de súbito no calendário chove este sábado de chuva miudinha, de qualquer modo a desautorizar o ditado que diz “não há sábado sem sol”. Mais difícil, pelos vistos, será não haver domingo sem missa nem segunda sem preguiça”.

 
 
O tempo anda desgovernado, tantas e tais lhe fizeram. Não haverá nunca mais quatro estações do ano, a não ser nos andamentos de Antonio Vivaldi: o Allegro Pastorale da Primavera, o Presto do Verão, o Adagio molto do Outono, o Largo do Inverno.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Fernando Pessoa está sentado à chuva na esplanada da Brasileira. Dentro do café está o Almada. Ou esteve”. Pessoa, que “decilitrou em balcões de muita Lisboa, continua na esplanada à chuva e para mais sem copo”.
José Cardoso Pires, “Diário de bordo”
 
Fotos Beco das Barrelas / D.R.


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