sexta-feira, fevereiro 08, 2013

Quando em Lisboa romperam as águas


A água da chuva desce a ladeira.
É uma água ansiosa.
Faz lagos e rios pequenos, e cheira
A terra a ditosa.
Fernando Pessoa

O aqueduto que trouxe de Belas para Lisboa, ao vale de Alcântara e à Mãe d’Água, nas Amoreiras, a água da nascente das Águas Livres, foi pensado no tempo de D. Sebastião e na dinastia dos Filipes, mas foi construído por alvará de D. João V, o Magnânimo, de 1731. Entrou em funcionamento 17 anos depois e resistiu ao Terramoto de 1755.
O sistema do Aqueduto é constituído por uma vasto e complexo conjunto de arcadas, arcos e condutas, de galerias e chafarizes que deu de beber a Lisboa ao longo de 219 anos, de 1748 até que foi desativado em 1967.
As arcadas monumentais e os arcos estão à vista e segue-se-lhes o percurso. Mas as cisternas, galerias e condutas subterrâneas constituem uma Lisboa pouco conhecida mas que vale a pena conhecer.
O Troço da Patriarcal, com uma extensão de 410 metros, faz parte da Galeria do Loreto - 2835 metros - está aberto a visitas e é um passeio magnífico.
Mergulha-se no subsolo no jardim do Príncipe Real e inicia-se a visita na cisterna octogonal transformada em espaço cultural. A visita tem um percurso bem definido mas cruza-se, por duas vezes, com outros itinerários por enquanto encerrados: o que segue para a Praça da Alegria e o que percorre a Rua do Século.
A visita é segura, muito bem conduzida e explicada por um guia do Museu da Água, e tem um final de esplendor. Ao fim de um percurso de humidade e de penumbras no subsolo de Lisboa, os visitantes desembocam no Jardim de São Pedro de Alcântara, com Lisboa aos pés e o Tejo ao fundo.

Marcação prévia. Informações no Museu da Água

Texto e fotos Beco das Barrelas / Direitos reservados.

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