A água da chuva desce a
ladeira.
É uma água ansiosa.
Faz lagos e rios pequenos, e cheira
A terra a ditosa.
É uma água ansiosa.
Faz lagos e rios pequenos, e cheira
A terra a ditosa.
Fernando
Pessoa
O aqueduto que
trouxe de Belas para Lisboa, ao vale de Alcântara e à Mãe d’Água, nas Amoreiras,
a água da nascente das Águas Livres, foi pensado no tempo de D. Sebastião e na dinastia
dos Filipes, mas foi construído por alvará de D. João V, o Magnânimo, de 1731.
Entrou em funcionamento 17 anos depois e resistiu ao Terramoto de 1755.
O sistema do
Aqueduto é constituído por uma vasto e complexo conjunto de arcadas, arcos e
condutas, de galerias e chafarizes que deu de beber a Lisboa ao longo de 219
anos, de 1748 até que foi desativado em 1967.
As arcadas
monumentais e os arcos estão à vista e segue-se-lhes o percurso. Mas as
cisternas, galerias e condutas subterrâneas constituem uma Lisboa pouco
conhecida mas que vale a pena conhecer.
O Troço da
Patriarcal, com uma extensão de 410 metros, faz parte da Galeria do Loreto - 2835
metros - está aberto a visitas e é um passeio magnífico.
Mergulha-se no subsolo
no jardim do Príncipe Real e inicia-se a visita na cisterna octogonal transformada
em espaço cultural. A visita tem um percurso bem definido mas cruza-se, por duas
vezes, com outros itinerários por enquanto encerrados: o que segue para a Praça
da Alegria e o que percorre a Rua do Século.
A visita é
segura, muito bem conduzida e explicada por um guia do Museu da Água, e tem um
final de esplendor. Ao fim de um percurso de humidade e de penumbras no subsolo
de Lisboa, os visitantes desembocam no Jardim de São Pedro de Alcântara, com
Lisboa aos pés e o Tejo ao fundo.
Marcação
prévia. Informações no Museu da Água
Texto e fotos
Beco das Barrelas / Direitos reservados.
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