«Seu avô,
aquele gordíssimo e riquíssimo Jacinto a quem chamavam em Lisboa “o D. Galeão”,
descendo uma tarde pela Travessa da Trabuqueta, rente a um muro de quintal que
uma parreira toldava, escorregou numa casca de laranja e desabou no lajedo».
A Cidade e as Serras, Eça de Queiroz
O romance A Cidade e as Serras, de Eça de Queiroz,
desenvolve-se entre o «horror das cidades», as «flores da civilização» – «Uma
seca! Uma maçada!» - e «uma outra vida», nas serras do Douro, em Tormes,
localidade da ficção de Eça, que corresponde no mapa a Santa Cruz do Douro. Adeus Cidade, «adeuzinho, até nunca mais», despediu-se o protagonista do romance de Eça de Queiroz, «farto de civilização.
Na Trabuqueta só falta hoje o Jacinto Galeão a rebolar pela pedras. De resto, tudo na mesma |
Mas passando-se
entre a Cidade das Luzes, Paris, e as serras do Norte de Portugal, o enredo do romance
principia com uma cena caricata em Lisboa, Alcântara. Conta o romancista que estatelado
D. Jacinto Galeão no lajedo da Travessa da Trabuqueta se cruza com ele «o senhor infante
D. Miguel» que o interpela:
«Oh Jacinto Galeão, que andas tu aqui, a estas horas, a rebolar pelas pedras?».
«Oh Jacinto Galeão, que andas tu aqui, a estas horas, a rebolar pelas pedras?».
Texto e fotos Beco das Barrelas
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