quinta-feira, maio 02, 2013

Via Marítima para almoço ou jantar


O que dá as boas-vindas a quem se aproxima da porta do restaurante Marítima de Xabregas, na Rua da Manutenção, número 40, são as brasas que se veem da rua e onde irão assar peixes, em particular as postas de bacalhau, e carnes, com realce para a entrecôte de novilho e os secretos de porco preto. Os peixes também se servem cozidos, as iroses fritas ou em ensopado, o bife na frigideira ou na chapa.
A Marítima é um restaurante de cozinha portuguesa, fundado em 1966, com 140 lugares em três salas, aberto até à meia-noite. Fora das horas das refeições funciona como cervejaria e ninguém resiste a petiscos como as ameijoas, berbigão e conquilhas, na respetiva estação, as gambas e a salada de polvo, os pregos, bifanas, o leitão e o presunto, os caracóis e caracoletas.
O restaurante é uma referência na zona oriental de Lisboa, com uma vasta e diversificada lista de peixes, carnes, petiscos e sobremesas, razoável carta de vinhos de preços aceitáveis, excelente e rápida cozinha, serviço eficiente e amigável.
Tem sido lugar de tertúlias e quem escreve estas linhas recorda-se de duas.
A mais remota, em Dezembro de 2004, foi o grupo alargado, em plenário ou assembleia geral, da mesa 2 do bar Procópio. Na mesa do Procópio cabiam seis à vontade e 12 habitualmente. Mas ao primeiro jantar na Marítima, em 2004, no qual nasceu o Espírito de Xabregas, por oposição à falta de espírito do Beato, eram bem mais de meia centena.
A segunda foi o Grupo Unido Inimigos da Lampreia GUIL ml, entendendo-se por ml Morte à Lampreia, Muita Lampreia, Mais Lampreia. No final de cada época - que decorre entre Fevereiro e Março -, o Grupo votava e escolhia a melhor lampreia da temporada. Em 2011 a escolha foi a lampreia da Marítima de Xabregas. Recordo-me de falar sobre o assunto com o David Lopes Ramos, quando o visitei pela primeira vez no hospital onde veio a falecer, e do grande David eleger o bacalhau assado nas brasas da Marítima com um dos melhores da cidade.

Ainda bem que há bons restaurantes com vida mais longa que certas tertúlias.
A Marítima só fecha aos sábados.

Texto e fotos Beco das Barrelas / D.R.

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