O que dá as
boas-vindas a quem se aproxima da porta do restaurante Marítima de Xabregas, na Rua da Manutenção, número 40, são as
brasas que se veem da rua e onde irão assar peixes, em particular as postas de
bacalhau, e carnes, com realce para a entrecôte de novilho e os secretos de
porco preto. Os peixes também se servem cozidos, as iroses fritas ou em
ensopado, o bife na frigideira ou na chapa.
A Marítima é um restaurante de cozinha
portuguesa, fundado em 1966, com 140 lugares em três salas, aberto até à meia-noite. Fora das
horas das refeições funciona como cervejaria e ninguém resiste a petiscos como
as ameijoas, berbigão e conquilhas, na respetiva estação, as gambas e a salada
de polvo, os pregos, bifanas, o leitão e o presunto, os caracóis e caracoletas.
O restaurante
é uma referência na zona oriental de Lisboa, com uma vasta e diversificada
lista de peixes, carnes, petiscos e sobremesas, razoável carta de vinhos de preços aceitáveis, excelente e rápida
cozinha, serviço eficiente e amigável.
Tem sido lugar
de tertúlias e quem escreve estas linhas recorda-se de duas.
A mais remota,
em Dezembro de 2004, foi o grupo alargado, em plenário ou assembleia geral, da
mesa 2 do bar Procópio. Na mesa do Procópio cabiam seis à vontade e 12
habitualmente. Mas ao primeiro jantar na Marítima, em 2004, no qual nasceu o Espírito de Xabregas, por oposição à
falta de espírito do Beato, eram bem mais
de meia centena.
A segunda foi
o Grupo Unido Inimigos da Lampreia GUIL ml,
entendendo-se por ml Morte à Lampreia, Muita Lampreia, Mais
Lampreia. No final de cada época - que decorre entre Fevereiro e Março -, o
Grupo votava e escolhia a melhor lampreia da temporada. Em 2011 a escolha foi a
lampreia da Marítima de Xabregas. Recordo-me
de falar sobre o assunto com o David Lopes Ramos, quando o visitei pela
primeira vez no hospital onde veio a falecer, e do grande David eleger o
bacalhau assado nas brasas da Marítima com um dos melhores da cidade.
Ainda bem que
há bons restaurantes com vida mais longa que certas tertúlias.
A Marítima só
fecha aos sábados.
Texto e fotos
Beco das Barrelas / D.R.
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