Pela Lei e Pela Grei, uma unidade
da Guarda Nacional Republicana defende o Palácio de Belém, tendo como posto
avançado as sentinelas perfiladas à porta de armas. Não são os Royal Horseguards,
que atraem multidões às portas de Buckingham
Palace, mas faz-se o se pode. As sentinelas mudam com aprumo militar e a unidade
é rendida periodicamente com charanga, passo de ganso e mirones a tirar
fotografias com os telefones.
A questão é
que, ali onde o veem, o Palácio cor-de-rosa já passou por algumas aflições -
não necessariamente no PREC - mas nos tempos de Dona Maria II, ela própria
protagonista de um golpe palaciano, juntamente com o Duque da Terceira,
destinado a restaurar a Carta Constitucional. Em sentido contrário, o
Ministério Setembrista pretendia revogar a Carta e elaborar uma Constituição
referendada pelas Cortes. A sublevação da Guarda Nacional levou a Rainha a
demitir e substituir o Governo.
Foi então que
entrou em cena Passos Manuel. Apoiando-se na Guarda e na tropa de
Lisboa, o obreiro da Revolução de Setembro forçou nova substituição do
Ministério. O regime Setembrista sobreviveu. Mas Manuel da Silva Passos acabou
preso em Belém, às ordens de Dona Maria, por ter denunciado publicamente a
intervenção de marinheiros ingleses que desembarcaram em Lisboa para
alegadamente “proteger a Rainha”. A toda esta movimentação foi dado para a história a designação de Belenzada.
O Palácio,
construído no século XVI, chamava-se Real. Mudou de nome com a República,
passando em 1912 a ser residência oficial do Presidente.
E a Guarda
mantém-se vigilante,
Pela Lei e Pela Grei,
contra evetuais Belenzadas.
Pela Lei e Pela Grei,
contra evetuais Belenzadas.
Fotos e texto Beco das Barrelas / D.R.
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