terça-feira, setembro 18, 2012

Parque Mayer que já foste

Há três sobreviventes no Parque Mayer: o Teatro Maria Vitória, o restaurante A Gina e o Zé Manuel (na foto, e no cartaz, da esquerda para a direita e de cima para baixo: Francisco Nicholson, Mário Alberto, Gonçalves Preto; Pedro Osório, Braga Santos, Correia Martins; Zé Manel, Rebocho e um Bombeiro). O Maria Vitória mantém em cena a revista "Ora Vira e Troika o Passos", A Gina conserva a mesa posta e o Zé Manuel, ajudante de cenógrafo reformado, passa por lá todos os dias para enterrar saudades nos escombros e para dar de comer aos gatos. Diz ele - e com razão - que com a diminuição drástica da restauração os gatos ficaram à míngua e se os gatos se vão embora… os ratos tomam conta do Parque.
Poucos lisboetas saberão o que vai ser o futuro renascido dos escombros do Parque Mayer e do atual parque caótico de estacionamento. O que muitos sabem é o que já foi, mesmo nos tempos de decadência, mas em que o Parque Mayer mantinha pessoas felizes e risonhas. Ali foi o Teatro Variedades, além foi o Dominó e as barracas dos bouquinistas, ao fundo, depois do Maria Vitória era o Teatro ABC, a seguir era o restaurante Manuel, nas traseiras havia mais restaurantes, na ruela ao lado do Capitólio era a casa-estúdio do Mário Alberto, único habitante do Parque, cenógrafo e pintor de génio, passando entre o Capitólio e o Variedades, para a esquerda havia o guarda-roupa Anahory, depois o restaurante Mimi (foto pequena), das três irmãs- Amadora na cozinha, Vitória ao balcão, Mimi às mesas.
Agora há uma boa notícia: o Capitólio está a ser reconstruído, em novos moldes e novos apetrechamentos, e vai chamar-se Teatro Raul Solnado. De resto, o que se sabe é o que se vê: ruinas de um Parque de diversões que já foi e que já leva décadas sem se saber o que será.

Fotos Blogue das Barrelas / direitos reservados

2 comentários:

  1. e depois há a Feira Popular...
    .
    dasssssse

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  2. O Zé Manel, o homem que dá o recado mediante dois ou três tópicos sobre o destinatário, que fica com a cabeça à roda sem perceber patavina, era assistente do Mário Alberto. Grande parelha.
    Carlos Alberto Santos

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