Muitos
visitantes da exposição Lisboa Amarga e Doce, de Eduardo Gageiro, talvez reconheçam
aqueles lugares da cidade, aquelas figuras, aqueles momentos. É a História da
cidade de Lisboa, na História de Portugal e do Mundo, que desfila perante o
olhar dos visitantes nas paredes da Galeria da CML, e a História é feita pelas
pessoas. E fotografar pessoas é chegar-lhes à alma e isso é com Eduardo
Gageiro.
Que esperariam
da vida os manifestantes do 1º de Maio de 1981 ou do 25 de Abril de 1984? Não
esperavam talvez o que está a acontecer-lhes. O próprio Gageiro, em entrevista
ao Jornal de Negócios, diz que no dia mais feliz da sua vida pensou: “Agora é
que é.” Mas não foi. Mas desse dia ficaram as imagens de um pide em cuecas e de
um jovem capitão vitorioso que não quis nada para si dos louros da vitória.
E que
esperariam da vida os pais da criança nascida em 1985, na Maternidade Alfredo
da Costa, um momento registado magistralmente por Gageiro, ou o avô José Cardoso Pires, babado com a neta ao colo? E de que sorriam Ary
e Natália, em poses de 1975? E a história dos namorados do elevador de Santa
Justa, em 2010, terá tido um final feliz?
Eduardo
Gageiro é o maior fotojornalista português, ponto final. Repórter fotográfico
desde 1957, tem mais de 300 prémios ganhos em todo o mundo, 16 álbuns
publicados, é mestre fotógrafo honorário da Associação de Fotógrafos Portugueses.
E é de Eduardo Gageiro a exposição de fotografias sobre a Lisboa Amarga e Doce,
de 1975 a 2010, que está na Galeria de Exposições à direita de quem entra na
Câmara Municipal de Lisboa.
Absolutamente
imperdível. Até 9 de Outubro.
Fotos do catálogo da exposição.
Fotos do catálogo da exposição.
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