A carreira 28
tem um percurso que atravessa o casco da Lisboa antiga. Parte de Campo de
Ourique, junto ao Cemitério dos Prazeres, e desce para o Largo da Estrela, com
a Basílica do Coração de Jesus a estibordo
e o Jardim Guerra Junqueiro a bombordo.
As janelas do carro têm vista panorâmica, exceto no banco dos palermas, que viajam de costas para a paisagem.
O elétrico
desce pela Calçada da Estrela, passando o antigo Mosteiro de S. Bento
da Saúde, onde 230 deputados representam nos nossos dias todos os cidadãos
portugueses. De São Bento, o 28 continua a descer para o Poço dos Negros, antes
de iniciar a subida para o Chiado.
Pode seguir… e
segue amanhã
Texto de João
Francisco. Fotos de Francisco João (direitos reservados)
"Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo,
ResponderEliminarEspécie de acessório ou sobressalente próprio,
Arredores irregulares da minha emoção sincera,
Sou eu aqui em mim, sou eu.
Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou.
Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma.
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim. "
Assim falou o Pessoa, grande utente da Carris
E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco inconseqüente,
Como de um sonho formado sobre realidades mistas,
De me ter deixado, a mim, num banco de carro elétrico,
Para ser encontrado pelo acaso de quem se lhe ir sentar em cima.
E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco longínqua,
Como de um sonho que se quer lembrar na penumbra a que se acorda,
De haver melhor em mim do que eu.
parece que tem muitos carteiristas, a carreira 28... tal como a carreira política
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