Subindo a
Ajuda, a meio da Rua do Guarda-Joias, à direita de quem sobe, depara-se o
Pátio Alfacinha.
Quem entra,
recua algumas décadas, até aos anos 40 do século passado, ao cenário de um filme
português dos velhos tempos das comédias a preto e branco.
A qualquer momento podemos cruzar-nos
com o Evaristo, com o Vasquinho da Anatomia, com a Menina da Rádio, com o Leão
da Estrela, ou com o Pai Tirano. Também é natural que os olhares passem em
revista a clientela das mesas, em busca da Maria Papoila e do Zé do Telhado, de
Ribeirinho e da Tatão. Ta…tão. Ta…tão. Ta…tão. Talvez Milu passe por nós a suspirar pela sua Alegre Casinha
ou Fernando Curado Ribeiro dirija um olhar de galanteio às senhoras do grupo. Talvez
aconteça que Hermínia Silva ou a rapariga das laranjas cantem um fado.
Fundado por Vítor
Seijo, o Pátio nasceu de um grupo que se reunia nos anos 60 em torno da amizade
e da boa mesa. O negócio veio depois, procurando recriar o mais tradicional da
velha Lisboa. E aí está: são cinco em um, cinco restaurantes no espaço dos
muros, pátios, vielas, escadinhas, recantos do Pátio Alfacinha. Para festas de
casamento, almoços e jantares de grupos, em duas palavras, para almoçaradas e
jantaradas, não há melhor que o Pátio da Rua do Guarda-Joias. Até tem
estacionamento do outro lado da rua.
Sábado
passado, ao almoço na Horta, no primeiro dia do Outono, ainda pairava no ar “um
vago um suave cheiro a sardinhas”, como canta o Fausto. Éramos nós, “querida Europa”.
Texto de João Francisco. Fotos de Francisco João / Direitos reservados
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