Esta Praça,
quando se chamava Rocio foi espaço de feiras e mercados. Era de terra batida
mas isso foi uns séculos depois de ser navegável. Ah pois, foi navegável antes
do século XII e chamava-se Valverde, nome de um afluente do Tejo. Mais tarde
vieram os edifícios e um dos de maior nomeada foi o Hospital de Todos os Santos,
do tempo de D. João II, Príncipe Perfeito do século XV. De resto, era mais
conventos. O de São Domingos de Lisboa vinha do século XIII mas apanhou dois
terramotos – 1531 e 1755 - e foi reedificado no século XIX.
A Praça, ou Rossio,
também era de palácios. No Palácio dos Estaus, nas traseiras do Rossio, D.
Sebastião recebeu do cardeal D. Henrique o governo do Reino. De onde saiu agora
uma esquadra da PSP foi em tempos a Intendência da Polícia. No século XIX, o Rossio
era de touradas, festivais, feiras, paradas militares, festas e revoluções. A memória
mais negra é a dos autos-de-fé da Inquisição e das execuções capitais.
Na segunda metade
do século XIX foi construído no Rossio o Teatro D. Maria II e inaugurada a estátua
de D. Pedro IV. O Rossio tem o nome do rei e não se confirma que a estátua seja de Maximiliano do México. D.
João VI mandou erguer na Praça um monumento à Constituição de 1820. Dois anos depois,
porém, o mesmo monarca a mandou arrasar, após o regresso do absolutismo. Não se
pense que virar a casaca é defeito de fabrico da República e da Democracia.
O café Nicola que
hoje conhecemos no Rossio tem fachada do século XX. O Nicola original fechou em
1834. Era o poiso habitual de Manuel Maria Barbosa du Bocage e quantos poemas rimam
com Nicola! Era grande a concorrência entre Nicola, Brasileira do Rossio, Café Suisso
(com dois esses), Café Martinho, Café Chave de Ouro. Este ficou na História por
uma frase do General sem Medo: «Obviamente, demito-o».
Quanta História
quantas histórias
passam por nós no Rossio.
quantas histórias
passam por nós no Rossio.
E para que o seu fique com seu dono,
a frase “Passa por mim no Rossio” é um verso de um poema de João Villaret, intitulado Recado a Lisboa:
a frase “Passa por mim no Rossio” é um verso de um poema de João Villaret, intitulado Recado a Lisboa:
Com o teu xaile traçado
Recebe esta carta minha
Que te leva o meu recado
Que Deus te ajude Lisboa
A cumprir esta mensagem
De um português que está longe
E que anda sempre em viagem
Vai dizer adeus à Graça
Que é tão bela, que é tão boa
Vai por mim beijar a Estrela
E abraçar a Madragoa
E mesmo que esteja frio
E os barcos fiquem no rio
Parados sem navegar
Passa por mim no Rossio
João Villaret dizia,
muitos cantaram, Ana Sofia Varela,
muitos cantaram, Ana Sofia Varela,
Texto e fotos
Beco das Barrelas
Na disputa também entrava o Café Gelo. Surrealistas, outros istas e também umas mariquices que hoje seriam completamente inocentes!
ResponderEliminar