terça-feira, abril 23, 2013

Dia Mundial do Livro: Duas livrarias com ordem de despejo


Nas vésperas do Dia Mundial do Livro soube-se que os proprietários das livrarias Artes e Letras e Olisipo, no Largo Trindade Coelho, em Lisboa, receberam ordem de despejo. Os dois livreiros não têm dúvidas sobre o que os espera: a nova lei das rendas facilita que o proprietário do prédio apresente a realização de obras de restauro como argumento para lhes dar ordem de despejo. Perante tal argumento, o senhorio só terá de pagar aos inquilinos 12 meses de renda, contra os 24 meses estabelecidos na lei anterior. As instalações das duas livrarias terão de ser abandonadas até 15 de Agosto.

Na opinião de Luís Almeida Gomes, da Livraria Artes e Letras, a nova lei das rendas constitui "uma leviandade de várias instituições". E acrescenta que "hoje em dia, os únicos livros que interessam aos políticos são os livros de cheques".

"Faz parte do meu escape psicológico começar a preparar-me para esta mudança com tempo, ir fazendo um luto faseado e começar já a pensar na próxima livraria", admitiu Luís Almeida Gomes, revelando que, em princípio, irá instalar-se junto da Assembleia da República.

Ao contrário do proprietário da Artes e Letras, o da Olisipo, José Vicente, não anda à procura de um novo espaço para instalar a livraria, pois acha que não faz sentido. Está no Largo Trindade Coelho há 32 anos, tem 65 e não quer começar outra vez do princípio.


Em cima do acontecimento:

A nova lei do arrendamento está a descaraterizar a cidade de Lisboa, escreve o Diário de Notícias desta manhã de 23 de Abril. Despejos unilaterais e denúncias de contratos são cada vez mais uma realidade. O Jornal de Negócios diz que o presidente da Câmara de Lisboa se junta aos comerciantes e pede a suspensão da nova lei das rendas.

 

 

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