Agora que
Lisboa anda em maré de peixe, sugere-se uma passagem pela Casa Alcobaça,
Restaurante e Petiscos. Na Rua da Oliveira ao Carmo mudou quase tudo nos
últimos anos. O Diário Económico mudou-se para Alcântara, a companhia de
seguros converteu-se num Hotel de 4 estrelas. Mas o velho Alcobaça está no seu
lugar e com a qualidade de sempre. Há quem se lembre da casa nos tempos dos
bancos corridos e das mesas de tampo de pedra. Há quem se lembre de ver por ali
a boémia do Parque Mayer - a Beatriz Costa, o Mário Alberto. Mas a casa evoluiu
o necessário para dar um pouco mais de conforto aos clientes e foi apurando a
qualidade. Portugueses e estrangeiros que por ali passem podem avançar com uma
certeza: há sempre peixe fresco, do dia, bem cozinhado e acompanhado.
O Alcobaça tem
desde há longos anos uma nova gerência. O patrão que substituiu a sociedade
inicial deu parceria ao empregado mais antigo. E a equipa mantém-se. Com
simpatia a grande eficiência.
Há 39 anos, o
Alcobaça esteve no centro da História, com o essencial do 25 de Abril de 1974 -
o cerco e a rendição do Governo - a passar-se ali à porta. Naquele dia, o
patrão António Trindade e o empregado António Evaristo venderam tudo: sandes,
bebidas, leite, águas, sumos, cafés. Até o pão rijo da véspera marchou, com
qualquer coisa lá dentro, até folhas de louro. Ninguém queria deixar passar a
História e o Alcobaça era a fonte de abastecimento mais à mão.
Os tempos
passam, as clientelas mudam, mas o Alcobaça tem a mesa posta e na lista brilham
os peixes mais saborosos, da Garoupa ao Carapau, alguns dos quais pouco
vulgares em listas de restaurantes - como sejam o Cachucho para fritar ou a Sarda
para cozer com grelos, batatas e cebola.
E para beber,
o vinho da casa, servido em jarros, vem da Herdade do Esporão.
Rua da
Oliveira ao Carmo, 9, com o Largo do Carmo à vista.
O Tavares Rico encerrou temporariamente |
As referências são datadas e o Beco das
Barrelas não se responsabiliza por eventuais alterações na qualidade do serviço
e dos produtos, numa fase em que a restauração luta para sobreviver à quebra do
poder de compra dos consumidores e ao disparo do IVA para 23 por cento.
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