“Ulisses é o que faz a santa casa
À Deusa, que lhe dá língua facunda;
Que, se lá na Ásia Troia abrasa,
Cá na Europa Lisboa ingente funda.”
Luís de Camões,
Lusíadas, Canto VIII
Lusíadas, Canto VIII
Construída e
desenvolvida ao longo do estuário de um grande rio navegável, Lisboa tem desde
sempre o mar como mito fundador, origem e destino.
Se não parti outrora, antes de mim,
Dum cais; se não deixei, navio ao sol
Oblíquo da madrugada
Uma outra espécie de porto?”
Álvaro de Campos, Ode Marítima
Da Lisboa do
mito de Ulisses à Cidade Medieval, da Cidade Imperial das navegações marítimas
à cidade trágica do Terramoto, da Cidade Real ou Republicana à cidade turística
que exibe dez séculos de História, Lisboa, o Tejo e o Atlântico têm um caminho
comum que as pedras do tempo testemunham.
Não a nave românica onde a regra
Da semente sobe da terra
Nem o fuste de espiga
Da coluna grega
Mas a flor dos acasos que a errância
Em sua deriva agrega.”
Sophia de Mello Breyner,
As Ilhas
As Ilhas
Pelo mar, os lisboetas
foram e voltaram, ao mar se deram, do mar viveram - marinheiros, pilotos,
navegadores, mareantes, marujos, aventureiros, pescadores e varinas -
emigrantes e regressados.
“Na areia branca, onde o tempo começa,
Uma criança passa de costas para o mar.
Anoitece. Não há dúvida, anoitece.
É preciso partir, é preciso ficar.”
Eugénio de Andrade,
As palavras interditas
As palavras interditas
Texto e fotos
Beco das Barrelas / D.R.
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