sábado, dezembro 06, 2014

Ginjinhas até rimam… e são verdade

Ginjinha Popular,
Portas de Santo Antão
Goste-se ou não da infusão de ginjas em aguardente (diluída em alguma água), adicionada com açúcar e canela, a verdade é que a ginjinha, aos 200 anos de idade, entrou nas razões turísticas para visitar Lisboa. E se há 31 razões para visitar Lisboa, segundo o site norte-americano Global Post, uma delas é mesmo a ginjinha, com ou sem elas.
A ginjinha bebe-se «junto ao arco de Bandeira», naquela tasca
Ginjinha Rubi,
Rua Barros Queirós
«de aspecto rasca e banal», como a letra de José Galhardo apresenta A Tendinha. Mas onde se bebe ginjinha ao balcão há mais tempo é na Ginjinha do Largo de São Domingos. Há ainda a Ginjinha Sem Rival e a Ginjinha Popular, nas Portas de Santo Antão, a Ginjinha Rubi, na Rua Barros Queirós, mais a Ginjinha do Carmo, na Calçada que lhe dá o nome.
A Ginjinha sem Rival,
Portas de Santo Antão
Pode mesmo dizer-se que há em Lisboa uma região demarcada da ginjinha. Mas pode alargar-se o âmbito da região ao Príncipe Real, para bebê-la no Quiosque do Jardim, a par de bebidas mais elegantes como o leite perfumado, a orchata ou o mazagran, ou à Mouraria, para beber ginjinha n’Os Amigos da Severa, na própria Rua do Capelão.
A Tendinha, Rossio
junto ao Arco de Bandeira
Há ginja com ou sem elas (ginjas). E há um derivado que mistura ginja com anis, crismado com o nome de um palhaço italiano do Coliseu, Eduardino, grande apreciador da mistura. Nos Restauradores vende-se um outro derivado, o Perna de Pau, (cocktail à base de vinho generoso gaseificado - a receita do Pirata - mas misturado com ginjinha).
No Largo de São Domingos a ginjinha só se serve com elas e não se aviam Eduardinos. Além disso a casa tem na história um encerramento pela ASAE, em Novembro de 2007, com grande movimentação popular e manifestações em sua defesa. 
E no Largo de São Domingos, as ginjinhas até se servem com rimas.

Ora leiam:
A Ginjinha, Largo de São Domingos

Dona Fedúncia da Costa
De lambida e magrizela
Fez de ser tola uma aposta
Diz que ginjinha nem vê-la.
Porque coitada, não gosta.


E a ama de um reverendo
Que é das bandas de Barquinhas
Tem um aspecto tremendo
Bebe aos litros de ginjinhas
E é isso que se está vendo.

Rimas de A Ginjinha, do Largo de S. Domingos


Texto e fotos Beco das Barrelas

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