quinta-feira, maio 09, 2013

Paredes de Lisboa têm memória


“A memória é um silêncio que espera”
Ana Hatherly

Na cidade de Lisboa, cerca de duas centenas de placas evocativas recordam memórias da cidade, das suas personagens, da História. Aqui nasceu… Aqui viveu… Aqui morreu… Aqui aconteceu… A memória da cidade continua viva na escrita sobre a pedra das evocações.

Na Rua do Século, uma lápide assinala o palácio onde nasceu Sebastião José de Carvalho e Melo. Uma modesta casa na Rua Almeida e Sousa, em Campo de Ourique, assinala que ali faleceu Bento de Jesus Caraça.
 

O regicídio está assinalado na esquina do antigo Terreiro do Paço, como a Revolução dos Cravos está gravada no chão do Largo do Carmo, homenageando o capitão Salgueiro Maia.
 
Na Calçada de Santana, sobre a Tasca do Beco, está perpetuado o local onde terá falecido Luís de Camões. Eça de Queiroz tem assinalado no Rossio o prédio onde iniciou a vida literária.
E Fernando Pessoa tem lápide do nascimento no Largo de São Carlos e a sua derradeira frase na frontaria do Hospital de S. Luiz dos Franceses, ali bem perto, no Bairro Alto, onde o poeta faleceu.
O poeta José Gomes Ferreira viveu no número 6 da Rua João Pereira da Rosa, que sobe da Rua do Século para a Luz Soriano, onde floresce um autêntico jardim de lápides, evocando os nomes de Ofélia Marques, Bernardo Marques, Fernanda de Castro, António Ferro, Oliveira Martins
e Ramalho Ortigão.
 
Na casa da Rua da Saudade onde faleceu o poeta José Carlos Ary dos Santos também viveu e morreu o poeta Alexandre O’Neill, com placas evocativas, uma de cada lado da porta número 23. Não muito monge, a caminho da Sé, nasceu Rómulo de Carvalho, também conhecido por António Gedeão, poeta.


Na Avenida da Liberdade, já a chegar aos Restauradores, nasceu o pintor de Lisboa Carlos Botelho.
 
“A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam.
E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa.”
José Saramago

 

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