terça-feira, janeiro 08, 2013

Há gato no Rato?


Noutros tempos, chegava-se à Praça do Brasil, em Lisboa, passando entre o palácio dos Duques de Palmela e a Real Fábrica das Sedas. Uma vez na Praça, podiam admirar-se o palácio dos marqueses de Viana e o edifício da Provedoria da Assistência. Mas com o andar dos tempos, também foram mudando os nomes.

O Palácio dos Marqueses visto da entrada
da Parreirinha do Rato.
Antes de mais, a Praça voltou ao nome anterior de Largo do Rato, que lhe fora dado no século XVII em honra do padroeiro do Mosteiro das Freiras Trinitárias, Luís Gomes de Sá e Menezes, por alcunha O Rato. Depois, o palácio do Duques de Palmela é hoje a Procuradoria-Geral da República. E o templo das freiras designa-se hoje por Mosteiro de Nossa Senhora dos Remédios da Santíssima Trindade, depois de se ter chamado Asilo das Raparigas Abandonadas, e nas suas dependências estão instaladas uma repartição da Segurança Social e a esquadra do Rato. Quanto ao palácio dos Marqueses de Viana, passou ao visconde de Monforte e posteriormente ao Marquês da Praia.

O mais pitoresco de tudo é que, com a democracia, um dos partidos emergentes, o PPD, teve a sua primeira sede no Mosteiro, enquanto o PS teve e tem o quartel-general no palácio dos Marqueses. Daqui a umas centenas de anos, os arqueólogos vão talvez concluir que o Bloco Central foi concebido no Largo do Rato, ao descobrirem um túnel subterrâneo e secreto entre o Palácio dos Marqueses e o Mosteiro das Trinitárias.

O que não mudou em todos estes séculos de história foi o Chafariz do Rato, que ali está, à esquina da Rua da Escola Politécnica com a rua do Salitre desde 1744.

Texto e fotos Beco das Barrelas / Direitos reservados

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