Um Beco com saídas



As duas entradas para o Beco. O portão férreo, ao fundo,
marca o local onde terá existido a Sinagoga do Bairro Judeu.

O blogue Beco das Barrelas completou seis meses de vida. Começámos em 2 de Julho do ano passado e demos-lhe o título de Beco das Barrelas porque Alfama foi o primeiro bairro que visitámos e o nome do beco foi a primeira sugestão. Barrelas significa limpeza e esse era um dos nossos desejos: contribuir para limpar e abrilhantar a cidade que amamos, Lisboa.

Em seis meses o blogue Beco das Barrelas subiu a alturas que não imaginávamos ao começar: milhares de visualizações, milhares de leitores de dezenas
de países de todos os continentes, referências e citações que nos desvanecem.

Para assinalar os seis meses de vida do blogue, voltámos a Alfama e fomos conhecer melhor o Beco das Barrelas.



O Beco das Barrelas
 profundo

O Beco das Barrelas, na freguesia de São Miguel, começa no Largo de São Rafael, faz um trajeto em forma de U e sai para a Rua da Judiaria. Fazendo o trajeto em sentido contrário, se em vez de completar o U seguirmos em frente sairemos para o Largo das Alcaçarias.

Tem tudo a ver. Por um lado, aquela zona constituía o bairro judeu de Alfama e a Rua da Judiaria terminava na Travessa da Rua de Alfama onde se localizava a Sinagoga. Ora Travessa da Rua de Alfama foi o nome primitivo do que é hoje o Beco das Barrelas. Pelo meio, o Beco chamou-se das Lavadeiras e a ligação com o Largo das Alcaçarias, onde as mulheres ensaboavam e enxaguavam a roupa, explica o nome do Beco.



Saída do Beco para o Largo das Alcaçarias

 O nome de Beco das Barrelas fixou-se a partir do século XIX e é o que hoje se mantém para designar uma viela com meia dúzia de portas de cada lado, e escadinhas para descer da Judiaria, como para subir a São Rafael.

 

O que ninguém imaginou foi que, chegando à época da blogosfera, o Beco das Barrelas ia correr mundo para chegar onde quer que haja alguém que ame Lisboa.

João e Francisco, texto e fotos / Direitos reservados.