domingo, abril 03, 2016

O Aqueduto já faz parte do Guiness e pode chegar à UNESCO


Da Fábrica que Falece à Cidade de Lisboa (Das obras que faltam à cidade de Lisboa, em português corrente), assim escreveu Francisco d’Olanda (ou Francisco de Holanda, hoje), em 1571, uma recomendação para D. Sebastião. A ideia – na parte que comportava a construção de um aqueduto para abastecer Lisboa e as zonas das fábricas – veio a ser aproveitada pelos Filipes de Espanha para lançar sobre o país ocupado o real da água, um imposto com o alegado objectivo de financiar as obras de construção do sistema de abastecimento de água para a capital de Portugal. Mas os Filipes colectaram o imposto mas não construíram qualquer aqueduto. O Aqueduto – com o sistema de captação e distribuição de águas à parte ocidental da cidade de Lisboa - veio a ser construído a partir do reinado de D. João V. 
Hoje o Aqueduto das Águas Livres já não distribui água até aos chafarizes. Mas é um imponente Monumento e Património Nacional que pode, no futuro, vir a ser Património da UNESCO.


Números:
- Da Quinta das Águas Livres aos chafarizes, o Aqueduto chega a atingir a extensão de 60 km.
- Ao longo dos canais de distribuição de água existem 127 arcos e 137 clarabóias.
- O Arco Grande, o mais alto, está situado sobre a Avenida Calouste Gulbenkian a uma altura de 65,29 metros acima do nível do rio, ou 276,95 palmos, como se media e pagava na altura da construção.
- O Arco Grande faz parte do no Livro dos Recordes do Guinness, com o maior arco em ogiva construído!
445 anos após o escrito do pintor, iluminador, arquitecto e humanista português  Francisco d’Olanda, o folheto em língua inglesa sobre o Águas Livres Aqueduct  distribuído aos visitantes do Aqueduto traduz o título da obra - Da Fábrica que Falece à Cidade de Lisboa, isto é Das obras que faltam à cidade de Lisboa -  por “Of the Factory that Dies top the City of Lisbon”.

À parte esses lapsus linguae – ou, como dizem os ingleses com mania de fazer citações derivadas do latim: slip of the tongue – vale a pena visitar o Aqueduto, como aliás toda a complexa rede de distribuição que se liga à obra monumental.
As visitas podem marcar-se e fazer-se a partir do Museu da Água – Calçada da Quintinha nº 6, Lisboa – das terças aos sábados, das 10h às 17h 30m 


Texto e fotos Beco das Barrelas 

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