quarta-feira, junho 05, 2013

Retratos do Fado nas ruas da Mouraria


A Mouraria tem a Rua do Capelão como símbolo e matriz do Fado, e uma guitarra como signo à entrada do bairro. E a Maria Severa como simbólica e mítica residente. Mas não só.

Na Mouraria nasceram Argentina Santos, hoje com 89 anos, e Fernando Maurício, já falecido, e a quem chamavam “O Rei”. Argentina estabeleceu-se em Alfama, na sua Parreirinha, e Maurício ficou muito ligado ao fado “Na Igreja de Santo Estevão” (letra Gabriel de Oliveira, música Joaquim Campos, Fado Vitória), uma das duas freguesias de Alfama, embora seja injusto amarrar a memória de tão grande fadista ao lastro de um único fado.

O despique mantém-se de há longos anos: Mouraria e Alfama disputam entre si a origem do Fado, tal como disputam o título de mais antigo bairro de Lisboa.

E a Mouraria tem agora, ao longo das ruas do bairro e como seu tributo, uma verdadeira galeria de “retratos do Fado”. E lá estão A Rainha e O Rei, Amália Rodrigues e Fernando Maurício, de braço dado à frente de uma marcha popular; e Fernando Maurício, a solo num esboço em memória do artista: “O Fado era o seu bairro e a Mouraria a sua casa”; lá está um esboçada, de costas, a figura mítica da Severa, pintada digitalmente sobre esboço de grafite por João Pedro Pinto; e lá estão muitos mais que se descobrem ao virar de cada esquina.

Faz bem a Mouraria em recuperar o bairro
associando-o à sua memória.
 

 
Texto e fotos Beco das Barrelas / D.R.

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