sábado, setembro 20, 2014

O Fado ganhou uma fadista

Na Fonte do Poeta, Rua da Judiaria, em Alfama
 Lenita Gentil apresentou-se no Festival de Alfama, na noite de 19 de Setembro. E num Festival com algumas desilusões, bem se pode dizer que o Fado ganhou uma fadista. A veterana cantora, descoberta nos anos 50 pelo maestro Resende Dias, aderiu ao fado e a canção urbana de Lisboa ganhou uma voz que sabe cantar como poucas, como sabe ultrapassar e até tirar proveito dos seus limites. Quem a ouviu cantar fados do repertório de Lucília do Carmo, ou da autoria de Artur Ribeiro, Max, Arlindo Carvalho, ganhou a noite.

Lenita Gentil com o mestre Joel Pina
E diga-se que o Festival Alfama deu grandes oportunidades aos milhares de espectadores para perder a noite. 
A atuação de Ana Moura numa parceria com António Zambujo resultou numa frustração para quem queria ouvir a fadista. 
Alguém devia dizer ao guitarrista de Ana Moura, o talentoso Ângelo Freire, como lhe diria Alfredo Marceneiro, para não se «armar em saliente»: o fadista não pode ir atrás do guitarrista, numa correria para ver se consegue encaixar o poema do fado no acompanhamento. 
Ricardo Ribeiro perdeu uma excelente oportunidade para estar calado quando aproveitou o palco para dirigir referências acintosas a Camané – ausente este ano do programa. 
O horário e elenco dos palcos pequenos – onde reside o charme de Alfama e onde vai o público mais seletivo do Festival -, deviam respeitar a programação anunciada.

(continua para o segundo dia)
A não esquecer: Para além deste Festival, uma vez por ano, Alfama tem Fado todos os dias.
Fotos Joana Francisca, Texto João Francisco, 
Beco das Barrelas / D.R. 

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