Os caracóis – cochleolus
como lhe chamavam os latinos - são gastrópodes da subordem dos stylommatophora que têm, entre outras, a
grande virtude de não fugirem nem darem o alarme. Num livro recente, o escritor
chileno Luís Sepúlveda diz mesmo que os caracóis, «para que lentidão e o
silêncio não os assustassem, preferiam nem falar disso e aceitavam ser como
eram com uma lenta e silenciosa resignação».
De maneira que, pelo facto de transportarem não a
casa, como se diz erradamente, mas o esqueleto às costas, se torna possível capturar
uma imensa quantidade destes moluscos, cozinhá-los e servi-los à mesa na época
respectiva, o Verão.
O caracol é um herbívoro que, antes do tacho,
passa por uma dieta de vinho branco e ervas aromáticas, o que o transforma num
pitéu apropriado para acompanhar cerveja gelada, a bebida mais eficaz no
combate ao calor e à sede estivais, ou vinho branco.
Os franceses cozinham as caracoletas, às quais
chamam escargots à bourguignone, mas
em Portugal os mais procurados são os caracóis miúdos, os caracóis caracolitos, cozinhados longamente no
tacho com azeite, alho, cebola, louro, orégãos, temperados após a cozedura com
sal e pimenta. As ervas e temperos em excesso – ou desapropriados, como os
caldos de carne – apenas acrescentam mais sal e disfarçam o sabor verdadeiro do pequeno molusco.
O caracol come-se no sul de Portugal e no norte de
África. É um petisco simples e despretensioso que puxa pela bebida e ambos puxam pelo convívio.
Às portas de Lisboa, Loures organiza regularmente
a feira do caracol saloio. Em Lisboa, o caracol é petisco comum nos dias de
Verão e tem algumas casas especializadas como sejam: Júlio dos Caracóis, uma grande superfície do caracol, em Chelas,
Grã Via, no Campo Grande, Adega do Rossio, na Rua 1º de Dezembro, A Tabuense, na Avenida do Brasil, A Palmeira, na Rua
do Crucifixo.
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Mais comidinhas aqui:
A caracoleta, grelhada, com manteiga, é excelente com um vinho branco seco.
ResponderEliminarCarlos Caracol
De todas as sugestões de comidinhas, a que mais me agradou foi a das burras do Zé do Cornos.
ResponderEliminarArmando C.S.